quarta-feira, 27 de julho de 2011

O primeiro dentinho

De vez em quando, meus pais me deixavam na casa de um casal de amigos para passar o final de semana.
Eu deveria ter uns 6 anos quando meu primeiro dente de leite amoleceu.
Tia Tereza não se fez de rogada: pegou uma linha e puxou meu dentinho. Ai que sofrimento!
Ela até hoje é envaidecida por ter tido a oportunidade de arrancar meu primeiro dentinho.
Sou grata a ela pela forma em que sempre me tratou, mesmo em horas de profundo desespero pra mim, ela foi sempre muito carinhosa
Bem mais tarde, eu a convidei para ser madrinha do meu casamento. Tia Tereza e Tio Douglas fizeram parte da minha história desde sempre.

domingo, 5 de junho de 2011

1ª Gravidez

Casei em 1996. Em 1997, fiquei grávida.
Não estava esperando porque praticamente ainda estava em lua-de-mel, mas fiquei super feliz!!!!
Já nas primeiras ecografias, descobri que se tratava de um ovo anembrionado, ou seja, havia a placenta toda formada como se um feto alí estivesse, mas não havia esse embrião.
Entrei em choque. Meu médico disse que eu teria que esperar a placenta ser espelida naturalmente e, eu fiquei esperando por 6 meses.
A barriga foi crescendo, e minha tristeza aumentando porque eu sabia que nada estava ali dentro.
Até que um dia, eu disse ao meu médico que não queria mais aquela situação, que eu não aguentava mais.
Ele então marcou um dia para que fossem tomadas as providências.
No dia marcado, aplicou um remédio abortivo dentro do soro aberto na veia, disse que eu iria sentir uma forte cólica e que a placenta seria expelida. Nada senti.
Então ele marcou a internação para a curetagem.
Foi na sala de parto e o anestesista colocou de fundo uma música de Disney. Aplicou a geral e e eu apaguei. Acordei com uma enfermeira dizendo: mãezinha, acabou!!!!
Quanta crueldade, eu pensava!!!.... sala de parto, musiquinha da Disney, me chamar de mãezinha... o sofrimento era cada vez maior.
E, pra acabar de vez comigo, recebi uma visita de uma colega da escola. Ela muito gentilmente, me levou flores na visita.
O problema é que na hora da alta, todas as mãezinhas carregavam seus bebês no colo e eu, saí com aquele buquet. Foi sofrimento demais...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bingo!!!!!

Festa Junina sempre tem bons lugares pra ir.
Certa vez, participamos de um bingo cujo prêmio era um carro.
Compramos as cartelas e, no intervalo do show ao vivo de Dominguinhos, as pedras foram cantadas.
Tudo correndo muito bem. Aliás, bem até demais, pois eu consegui marcar muitos números até que eu fiquei por uma.
Expectativa, é claro, mas o raio do número nunca era chamado.
Passava pertinho: às vezes cantava um número a mais, às vezes um a menos, e nada do meu número ser cantado. Mais de meia hora de bingo e eu por uma.
Até que cantaram o 49.
BIIIIIIIIIIIINGO!!!!!!!!! Eu gritei.
Só eu, não!!!! A festa inteira estava esperando o tal do 49. E não é força de expressão não. Todos os participantes estavam esperando o mesmo número e isso incluía meu marido, minha cunhada...todos da festa. kkkkkkk
Foi uma correria. Era tanta gente se estabacando e atropelando os outros que nós nem nos
 demos ao luxo de fazer o mesmo. Ficamos esperando pra ver o que iria acontecer.
O bingo foi cancelado, é claro.
Sei que rolou outro logo depois, mas pegamos as nossas coisas e fomos embora rindo à valer!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hora do Descanso

Sempre fui muito agitada e no jardim de infância, tínhamos que, todos os dias, ficar descansando por alguns minutos que pra mim eram uma eternidade.
Pegávamos a esteira e, na sala de música havia o tempinho do descanso.
Eu achava aquilo um saco.
Certo dia, estava deitada e me levantei bem rápido.
A professora perguntou o que houve e eu mais que depressa eu disse:
_ É que meu pai bate na minha mãe e minha mãe bate no meu pai.
A professora, chamou minha mãe para uma conversa.(Ela era vice-diretora numa escola ao lado.)
Com muito tato, expôs o problema e disse para ela evitar de discutir na minha frente.
Minha mãe disse que tinha um relacionamento ótimo com meu pai, que nunca brigaram, que era invenção minha, mas a professora não acreditou.

Minha mãe contou que outro dia, encontrou com a tal professora na rua e que ela olhou bem nos olhos da minha mãe e perguntou:
_ Como está seu casamento?
kkkkkkkkk
Até hoje ela pensa que o que falei era verdade! kkkkk

Imagem do site https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1erBbx4dJ8kX-D8Gn-AZHsWfkmBzU-64RhALcoEYDqkPu6sEZxqR4oYWHs8B4c8QhUnL51XlMUZTAPsxKcN2SMPuf-Mfk_DaVORqpLCmeA7uLrMElOwAecGuLWhoAp10YG50sBCEaapvi/s1600/hora+do+descanso.jpg

Dia em que eu fugi de casa

Desde que minha irmã do meio nasceu, tenho crise existencial e quando criança, era só ser contrariada que eu queria fugir de casa.
Uma vez eu disse pra mim mesma que ia fugir de casa e não avisei a ninguém. Resolvi que iria embora daquela casa, que ninguém me amava, que tudo seria diferente se eu saísse, que ninguém sentiria a minha falta.
Então, saí de casa e fui para a escada.
Devo ter ficado lá por uns 5 ou 10 minutos e como ninguém havia notado minha falta, decidi voltar pra casa.

Pontos na cabeça

Quando eu tinha 6 anos, estudava numa escola em que minha mãe era vice-diretora, a EC 305 Sul.
Ao final de cada aula, eu ficava aguardando do lado de fora da escola, brincando com algumas crianças até que minha mãe enfim pudesse ir pra casa comigo.
Um certo dia, sentei-me numa corrente que separava o jardim da escola e, uma outra criança, me empurrou. Virei três vezes e bati a cabeça na pedra.
Rapidamente, as professoras da escola me pegaram e me levaram para o banheiro dos professores escondido da minha mãe porque ela estava grávida.
Lá, estancaram o sangue para só depois falar pra minha mãe.
Fomos pra casa e minha mãe ligou para o meu pai, médico, dizendo que eu havia batido a cabeça e que talvez precisasse de ponto.
Ele saiu do trabalho correndo e esqueceu da maleta de primeiros socorros.
Quando chegou em casa e tirou o tampão, o sangue jorrou.
Mais que depressa, ele pediu pra minha mãe uma linha e uma agulha de costura, as esterelizou e falou pra mim, que se eu chorasse, seria pior, que era pra eu ficar bem caladinha.
Sem anestesia, ele literalmente costurou minha cabeça. Foram 3 pontos.
Lembro-me que não chorei e que não doeu.

Brincadeira sem graça

Quando eu era adolescente, era comum a gente fazer as chamadas "brincadeiras" com espíritos.
Tinha a brincadeira do copo,  a do compasso, a da caneta...
Eu, na época, era fascinada por esse tipo de brincadeira.
Era assim.

A Preparação:
Escrevia num papel o alfabeto na parte de cima, os números na parte de baixo e as palavras SIM e NÃO no centro.

A Brincadeira:
A gente fazia uma oração pra atrair espíritos bons, e junto com uma amiga, colocava a mão na caneta, uma na parte de cima e a outra na parte de baixo.
Começava a fazer perguntas tolas e a caneta se arrastava ou para as letras, ou para os números, ou para o SIM/NÃO.

A Consequência:
 Um dia, resolvi brincar disso sozinha e uma das perguntas que fiz foi: quando vou morrer?
E o raio da caneta foi para uma data com dia, mês e ano.
Gente, eu sou católica, mas adolescente faz de tudo né?
Eu respeito muito o que aconteceu naquele dia. Sei que não fui eu quem moveu aquela caneta e sei bem que ela se moveu.
Fiquei muito assustada e prometi que nunca mais eu iria fazer aquilo novamente.
Fiquei com tanto medo e tão bloqueada que não me lembro da data informada, mas gravei que seria depois dos 30 e antes dos 40 anos.
Isso me marcou tanto que a cada aniversário que está por chegar, me lembro desse fato e fico apreensiva.
Desde adolescente eu tenho isso me atormentando.
Já até fiquei um pouco aliviada quando fiz a cirurgia bariátrica, pois foi como uma morte pra mim e depois um renascimento. Vai que era disso que a "brincadeira" estava falando né?
O fato é que se eu chegar até os 40, tenho que fazer um festão para comemorar o peso que irá sair das minhas costas em relação a isso.