Quando eu era adolescente, era comum a gente fazer as chamadas "brincadeiras" com espíritos.
Tinha a brincadeira do copo, a do compasso, a da caneta...
Eu, na época, era fascinada por esse tipo de brincadeira.
Era assim.
A Preparação:
Escrevia num papel o alfabeto na parte de cima, os números na parte de baixo e as palavras SIM e NÃO no centro.
A Brincadeira:
A gente fazia uma oração pra atrair espíritos bons, e junto com uma amiga, colocava a mão na caneta, uma na parte de cima e a outra na parte de baixo.
Começava a fazer perguntas tolas e a caneta se arrastava ou para as letras, ou para os números, ou para o SIM/NÃO.
A Consequência:
Um dia, resolvi brincar disso sozinha e uma das perguntas que fiz foi: quando vou morrer?
E o raio da caneta foi para uma data com dia, mês e ano.
Gente, eu sou católica, mas adolescente faz de tudo né?
Eu respeito muito o que aconteceu naquele dia. Sei que não fui eu quem moveu aquela caneta e sei bem que ela se moveu.
Fiquei muito assustada e prometi que nunca mais eu iria fazer aquilo novamente.
Fiquei com tanto medo e tão bloqueada que não me lembro da data informada, mas gravei que seria depois dos 30 e antes dos 40 anos.
Isso me marcou tanto que a cada aniversário que está por chegar, me lembro desse fato e fico apreensiva.
Desde adolescente eu tenho isso me atormentando.
Já até fiquei um pouco aliviada quando fiz a cirurgia bariátrica, pois foi como uma morte pra mim e depois um renascimento. Vai que era disso que a "brincadeira" estava falando né?
O fato é que se eu chegar até os 40, tenho que fazer um festão para comemorar o peso que irá sair das minhas costas em relação a isso.